Quantas vezes você já ligou a televisão no noticiário e ouviu manchetes como “hoje a Bolsa de Valores teve desempenho positivo” ou então “o Ibovespa despencou”. Para quem não é um grande amante do mercado de ações ou não tem o hábito de investir em ações, essas frases podem parecer um verdadeiro enigma.

No entanto, o investimento em ações é uma das melhores formas para quem busca a valorização patrimonial — desde que, evidentemente, respeitando o seu perfil de investidor. Esse é um fator fundamental para boas escolhas.

Hoje, portanto, vamos continuar a nossa série de guias sobre investimentos para ajudá-lo a entender melhor o mercado financeiro. O tema desta vez será como investir em ações na Bolsa de Valores. Vamos lá!

O que é investir em ações?

Vamos começar do básico, afinal, não sei qual é a sua intimidade com o tema. As ações de uma empresa representam pequenas partes do seu capital social. Isto é, todo patrimônio que ela possui (como o dinheiro investido pelos sócios, imóveis, bens, entre outros) é somado e dividido em pedaços.

Ao longo da sua jornada, uma companhia pode optar por abrir seu capital aos investidores. Ou seja, ela vai compartilhar parte dessas pequenas partes para que pessoas possam investir na própria empresa e, de certa forma, se tornar um sócio. Portanto, investir em ações pode ser resumido como a oportunidade que temos para investir em alguns dos melhores negócios brasileiros.

Para esse objetivo, a empresa precisa passar pelo processo chamado de IPO (Initial Public Offering). Esse é o nome técnico de precificação do valor de uma companhia para que as ações sejam lançadas ao mercado para negociação por parte dos investidores.

 

Como funciona o mercado de ações?

Após passar pelo processo de IPO e ter um preço definido, uma empresa pode emitir seus papéis ao mercado financeiro. Neste caso, é claro, nem todas as ações são negociáveis. Há uma parte delas que fica com os seus sócios a fim de manter o controle do negócio. Normalmente, isso é obtido mantendo 50% + uma das ações, pois haveria maioria delas em controle.

A parte que será compartilhada com investidores (chamada de free float) é dividida em dois tipos de negociação:

  • Mercado Primário: é o nome então dado à primeira negociação das ações. Ou seja, quando a empresa vende o papel para um investidor. Isso ocorre, geralmente, por meio de uma Oferta Pública na qual interessados demonstram sua intenção de comprar os ativos.
  • Mercado Secundário: a partir dessa primeira venda, portanto, o investidor que comprou as suas ações pode negociá-las a qualquer momento com outras pessoas. Esse tipo de troca de mão dos papéis é feita pelo que se chama de Mercado Secundário.

E como que os investidores podem negociar essas ações no Mercado Secundário? Por meio de uma ferramenta disponibilizada pelas plataformas de investimentos (como as corretoras) chamada de Home Broker. Esse sistema centraliza todas as negociações realizadas na Bolsa de Valores.

Assim, os investidores podem fazer seus lances de compra e venda. Quando há um acordo sobre os preços, a transação ocorre de maneira online, automática e instantânea. E, o que talvez seja o mais importante de tudo, o processo é extremamente seguro.

Exemplo de negociação de ações

Vamos supor que você queira comprar ações da Magazine Luiza, que é uma das principais empresas do varejo online da atualidade. Veja abaixo uma imagem das suas ações (MGLU3) retiradas do Home Broker da corretora Clear.

home broker como funciona

Repare que a imagem tem quatro colunas. As duas primeiras são as informações (quantidade e preço) que os investidores desejam comprar. Ou seja, há alguém disposto a comprar três mil ações da empresa pelo preço de R$22,21. Por outro lado, as demais colunas representam os interessados em vender seus papéis da Magazine Luiza. Veja que o primeiro da nossa outra lista é alguém disposto a vender 900 ações ao preço de R$22,30.

Perceba, portanto, que não há um acordo entre os investidores. Dessa forma, surge esse gap de nove centavos entre compradores e vendedores. A negociação é finalizada quando há um acordo de preço.

Se você, por exemplo, enviasse uma ordem de compra de 500 ações ao preço de R$22,30, ela seria realizada na mesma hora, pois há vendedores dispostos a praticar esse preço e uma quantidade superior a que você quer comprar. Deu para entender a lógica?

Por que investir em ações?

Nesta altura do texto, talvez você esteja se perguntando por que deveria investir em ações, certo? A verdade é que, pensando em valorizar o nosso dinheiro, o que existe de mais rentável é empreender. Ou seja, ter um negócio.

No entanto, nem todo mundo tem perfil ou mesmo interesse para criar a sua empresa. Sendo assim, a melhor forma de rentabilizar o nosso capital passa a ser sócio de bons negócios.

Como posso ganhar dinheiro com ações?

Se o investimento em ações é uma das melhores formas de aumentar o nosso patrimônio, como que esses papéis podem gerar lucro para o investidor? Essas são as duas principais estratégias utilizadas na Bolsa de Valores:

  • Ganho de capital: após comprar uma ação, ela pode valorizar ao longo do tempo. Assim, ao vendê-la por um preço maior do que você comprou, obterá um lucro da diferença.
  • Dividendos: quando nos tornamos sócios das empresas, isso significa também no que diz respeito aos seus lucros. Assim, uma companhia pode compartilhar dividendos com seus acionistas, outra forma de lucrar com investimentos em ações.

Importante mencionar, contudo, que esse é um tipo de investimento de renda variável. Ou seja, as duas estratégias dependem diretamente dos resultados obtidos pela empresa. Se não há geração de lucro, a gestão não tem o que compartilhar e, consequentemente, as ações tendem a desvalorizar.

É por isso que é fundamental que você tenha perfil para a renda variável antes de investir em ações. Embora o mercado financeiro possa ser extremamente lucrativo, ele é voltado para o longo prazo. Dessa forma, jamais invista em renda variável se você precisa do dinheiro no curto prazo. Muitas empresas precisam de anos para entregar resultados e gerar valor aos seus acionistas.

Quais são os tipos de ações da Bolsa de Valores?

Ao começar a comprar e vender ações, você vai perceber que elas são negociadas com códigos alfanuméricos. Esse código é chamado de ticker e composto por quatro letras e um número ao final. A Magazine Luiza, que utilizamos anteriormente, é negociada com o ticker MGLU3, por exemplo.

A função do ticker é identificar tanto a empresa responsável pelo papel (por meio das letras), como também o formato da ação disponibilizada (pelos números). E quais seriam os principais formatos disponíveis? São eles:

  • Ações ordinárias (3): são as ações que dão direito a voto para o acionista. Portanto, o controle de uma empresa depende da manutenção da maior parte desse formato. Exemplo: MGLU3, PETZ3, ENBR3, PETR3, ABEV3.
  • Ações preferenciais (4): em alguns casos, as empresas também podem emitir as ações preferenciais. Como o nome sugere, elas oferecem preferência no recebimento dos dividendos. Dessa forma, costumam atrair mais os pequenos investidores. Ou seja, oferecem maior liquidez. Exemplo: ITSA4, PETR4, AZUL4, BRAP4.
  • Units (11): no caso das ações, representam pacotes que mesclam ações ordinárias e preferenciais. O número 11 também é usado para identificar fundos imobiliários e ETFs. Você não tem uma vantagem ou desvantagem por comprá-las avulsas. Exemplo: SULA11, TAEE11, TIET11, BPAC11.

Quanto custa para investir na Bolsa de Valores?

Há um grande engano por parte dos investidores iniciantes de que a Bolsa de Valores é apenas para gente rica. Os valores que você precisa para começar, contudo, são bem menores do que aparentam. Ao mesmo tempo, você deve se atentar aos custos.

Em suma, essas são as principais questões para ficar de olho na hora de investir em ações em termos de valores:

  • Preço da ação: é o valor a ser pago no papel. Depende diretamente da empresa escolhida, mas muitas delas negociam abaixo de R$20 por ação.
  • Taxa de corretagem: esse é o grande perigo para o investidor iniciante. Trata-se da taxa cobrada pela corretora para cada ordem de compra ou venda. A boa notícia é que algumas corretoras já isentam esse custo, como a Clear.
  • Emolumentos: são os custos com processos básicos da Bolsa de Valores no processamento da sua negociação. É uma taxa bem pequena de 0,03%, mas é importante estar ciente dela.

Quais são os principais setores da Bolsa de Valores?

Como você talvez já saiba, a Bolsa de Valores é composta por uma série de empresas, dos mais variados segmentos. Cada um deles está exposto a riscos diferentes. Portanto, é essencial entender esse contexto antes de investir.

Neste tópico, vamos explorar um pouco sobre os principais setores da Bolsa de Valores do Brasil, assim como as características oferecidas. A melhor forma de mitigar os riscos é montar uma carteira diversificada, com companhias de segmentos diferentes.

 

Bens industriais

Vamos começar por um dos maiores setores da Bolsa de Valores que são os bens industriais. Eles envolvem diferentes segmentos internos, algo que oferece uma diversificação já dentro do próprio setor.

Veja abaixo alguns exemplos de segmentos. Aproveitei para citar empresas para que você comece a criar alguma familiaridade com o tema.

  • Automotivos: no caso de bens industriais automotivos, temos a produção de ônibus (Marcopolo) e aviões (Embraer) como principais exemplos. No entanto, também podemos englobar a produção de peças para o setor (como faz a Tupy). O segmento de transportes é considerado neste grupo, mas pessoalmente eu prefiro separá-los em categoria exclusiva.
  • Máquinas e equipamentos: aqui temos as empresas que atuam produzindo peças, máquinas e equipamentos para outras companhias. Podem ser agrícolas (Metisa e Kepler), industriais (Metalfrio, Schulz e WEG) e até mesmo armas de fogo (Taurus).
  • Materiais de construção: são as empresas relacionadas ao setor imobiliário, principalmente vendendo produtos. É o caso de revestimentos (Portobello) e telhas (Eternit). Podemos considerar também empresas de engenharia, embora esses projetos sejam mais complexos e abrangentes.
  • Exploração de rodovias: a atividade consiste na construção e manutenção de rodovias, enquanto geram receitas pela cobrança de pedágios. As duas principais companhias são a CCR e a EcoRodovias.
  • Serviços gerais: por fim, existem também algumas atividades específicas que não se enquadram nas opções anteriores. Vale conhecer a existência de negócios como gestão de estacionamentos (Estapar), serviços de atendimento (ATMA) ou certificação de documentos (Valid).

Quais são os riscos do setor de bens industriais?

Em relação aos riscos, é um setor que exige maior profundidade de estudo em cada setor específico. O que você vai perceber é que, dentro da categoria de bens industriais, cada segmento possui a sua própria realidade interna.

Empresas de materiais de construção, por exemplo, são dependentes da indústria imobiliária. Se o mercado está aquecido, há maior demanda e, consequentemente, maiores receitas. Por outro lado, em momentos de crise elas tendem a sofrer mais. Esse cenário nem sempre é o mesmo para os demais grupos.

É o caso da exploração de rodovias. Se oferecem proteção contra a inflação (pedágios são reajustados por indicadores da categoria), companhias como CCR e EcoRodovias possuem dois riscos principais:

  • Risco político: o governo pode, a qualquer momento, interferir na cobrança de pedágios. Não há como fugir disso.
  • Risco de taxas de juros: investimentos em rodovias são projetos de longo prazo. Dessa forma, as empresas precisam assumir dívidas que podem tornar os projetos mais caros caso os juros aumentem no período.

Portanto, cada segmento dos bens industriais tem uma realidade distinta. E você deve compreender cada um deles antes de investir no setor.

Comunicação

negociar dívidaO setor de comunicação da Bolsa de Valores é composto, basicamente, por empresas de telefonia. É o caso de Telefônica, Oi e Tim, por exemplo. O grande ponto positivo do segmento está nas suas receitas. A maioria utiliza de modelo de assinatura, algo que torna os recebíveis mais previsíveis.

Esse cenário também permite que as companhias do setor se configurem em boas pagadoras da dividendos. Ou seja, uma boa estratégia para quem busca fluxo de caixa periódico. O principal risco está sobre eventuais regulações do setor das entidades fiscalizadoras.

Apesar de ser um setor resiliente e até mesmo seguro, não podemos descartar problemas. Vale recordar o caso da Oi que, apesar de ter uma marca extremamente popular e reconhecida, acabou entrando em recuperação judicial.

O setor de comunicação também pode ter empresas de publicidade, divulgação e mídia. Podemos citar a Eletromidia como exemplos de empresa com essa atividade listada na Bolsa de Valores.

Consumo cíclico

compras empresasO setor de consumo cíclico é, assim como o de bens industriais, bastante abrangente. Aqui temos basicamente empresas que possuem uma demanda proporcional ao cenário econômico. Elas desempenham melhor em cenário positivo, com baixas taxas de juros e estímulos ao consumo. Outra característica comum é a sazonalidade. As vendas, portanto, variam ao longo do ano.

Novamente, podemos dividir o consumo cíclico em alguns segmentos. Veja só alguns exemplos disso:

  • Locação de veículos: um serviço que vem crescendo bastante no Brasil é a locação de veículos. Três marcas se destacam: Localiza, Movida e Unidas. O segmento está fortemente exposto ao cenário econômico. Em momentos de alta das taxas de juros, o aluguel fica mais caro e, não sendo um serviço essencial, tende a ser cortado pela população.
  • Turismo: quem gosta de viajar pelo mundo sabe como as agências de viagens facilitam o processo. No entanto, o setor é muito cíclico. Em alguns momentos fica muito fácil viajar, em outros é melhor segurar as despesas. Assim, empresas como a CVC tendem a apresentar grande sazonalidade.
  • Varejo: envolve marcas que vendem produtos ao consumidor final. É o caso de empresas como Via Varejo, Magazine Luiza e Lojas Americanas, por exemplo. Contudo, podem envolver atividades mais específicas, como verificamos com a Petz (segmento de pet shop).
  • Vestuário: marcas de roupas também são comuns no consumo cíclico. As vendas costumam ser mais fortes em datas sazonais, como dia das mães ou Natal. Arezzo, Hering, Lojas Renner e Track & Filed estão entre as empresas da categoria.

Como você pode perceber, o consumo cíclico depende muito do ambiente econômico. Se há crescimento do país, geração de emprego e redução dos juros, o cenário se torna positivo para as empresas. Da mesma forma, a recessão tende a dificultar o desempenho das companhias.

Construção civil

Já que falamos de varejo, podemos passar para o setor de construção civil. Esse é outro segmento com alta exposição ao cenário econômico. Quanto maiores as taxas de juros, afinal, mais difícil é financiar um imóvel.

Aqui, o grande destaque fica por conta de empresas que trabalham com a construção ou incorporação de ativos imobiliários. É o caso de Tenda, Cyrella, MRV, Gafisa ou EZTEC, por exemplo. Podemos mencionar também algumas empresas que gerenciam shoppings, como BRMALLS, Iguatemi ou Multiplan.

Esse é um dos setores mais voláteis da Bolsa de Valores. E motivos não faltam para isso. Um empreendimento imobiliário, afinal, pode demorar anos para ficar pronto. Neste caso, o lançamento pode ser feito em um ambiente econômico muito diferente em relação ao momento em que foi projetado.

Uma vez que os projetos são longos, portanto, cresce a incerteza sobre as companhias. É normal que os resultados sejam negativos por algum período, inclusive gerando prejuízo — e isso não significa que a empresa seja ruim. O investidor precisa entender o contexto imobiliário para investir.

Educacional

O setor educacional reúne empresas que atuam com a oferta de cursos e estudos. Existem quatro grandes grupos que se destacam na Bolsa de Valores: Ânima, Cogna, Ser Educacional e Yduqs.

Para esse segmento, o cenário econômico otimista também é positivo. Com maior emprego e geração de renda, fica mais fácil conquistar novos alunos. A renda obtida por mensalidades é um formato benéfico, pois permite previsibilidade de receitas.

Novamente, a piora da nossa economia é um risco. Em um cenário negativo, as pessoas ficam mais receosas de assumir compromissos financeiros. Programas do governo, que ajudam a financiar estudos para a população de baixa renda, também são importantes. O encerramento dos mesmos é um risco político importante.

Outro ponto que deve pautar o setor nos próximos anos é o crescimento do EAD (ensino à distância). Faculdades que ofereçam cursos com essa funcionalidade tendem a aproveitar melhor o momento para conquistar novos alunos. Além disso, o estudo online permite escala, pois não há limitação física do espaço.

Consumo não cíclico

Se as empresas de consumo cíclico são marcadas pela sazonalidade, as companhias de consumo não cíclico reúnem negócios que possuem menor influência da demanda mensal. Aqui, nós falamos de produtos que não sofrem oscilações tão bruscas — inclusive em períodos de piora do cenário econômico.

A esse comportamento dá-se o nome de demanda inelástica. Isto é, ela não se altera tanto em função de variáveis econômicas. Por esse motivo, é um setor bem confiável e protegido, sendo recomendável ter empresas do setor na sua carteira de ações.

Um ótimo exemplo disso são os supermercados (como Pão de Açúcar e Carrefour). Mesmo que o país esteja em crise, as pessoas seguem precisando de alimentos. Sendo assim, o consumo da categoria é a última coisa a ser cortada do orçamento doméstico.

Veja alguns exemplos de segmentos dentro do setor de consumo não cíclico:

  • Alimentos: produção de alimentos é algo que pode ser considerado como seguro, pois a demanda é constante. Essas empresas produzem e contam com os mercados para chegar ao consumidor final. É o caso da M Dias Branco e da Camil.
  • Cervejas e bebidas: talvez você não saiba, mas temos uma das principais produtoras do segmento no Brasil. A Ambev é responsável por marcas extremamente populares como Guaraná, Skol, Budweiser, Corona, Sukita e o energético Fusion.
  • Proteínas: é o mesmo cenário do primeiro tópico da lista, mas focado na produção de proteínas. Na Bolsa de Valores, JBS, Marfig e BRF são algumas das empresas listadas. Também atuam como exportadoras, algo que ajuda a diversificar o risco cambial.

Financeiro

prioridade dinheiro dívidaO setor financeiro é certamente um dos mais populares da Bolsa de Valores. Embora essa popularidade possa indicar que as empresas já são consolidadas, ainda há ampla margem de crescimento. Não podemos ignorar que boa parte da nossa população ainda não possui conta bancária.

E quais são os principais segmentos de empresas do setor financeiro? Podemos dividir em três grupos:

  • Bancos: os bancos são, sem dúvidas, os principais ativos da nossa Bolsa de Valores. E não faltam exemplos de ótimas companhias para todos os gostos. Temos grandes bancos (Itaú, Bradesco e Banco do Brasil), bancos de médio porte (Banco ABC), bancos digitais (Banco Inter) e até bancos de investimentos (BTG Pactual).
  • Seguradoras: apesar do destaque bancário, as seguradoras também possuem uma ampla representatividade. Podemos mencionar empresas como SulAmérica, Porto Seguro e BB Seguridade como exemplos da categoria.
  • Demais serviços: apesar de bancos e seguradoras dominarem o segmento, existem outros serviços que valem menção. É o caso de sistemas de pagamento (Cielo) ou da própria empresa responsável pela Bolsa de valores (B3).

Um ponto interessante do setor é que ele acaba se beneficiando do aumento das taxas de juros. Os seus custos, afinal, são repassados ao consumidor. Empréstimos e financiamentos costumam ser pós-fixados. Assim, possuem proteção natural contra aumento dos juros.

Materiais básicos

negociação trocaOs materiais básicos correspondem às commodities (mercadorias). São empresas que trabalham com a produção de matéria-prima.

O maior problema do setor é a sua exposição ao preço das próprias mercadorias. O petróleo, por exemplo, tem sua produção centralizada em poucos países e muitos deles sofrem com guerras políticas. Esse ambiente afeta diretamente as petrolíferas. No caso da Petrobras é ainda pior. Por ser estatal, a empresa muitas vezes não pode acompanhar o mercado internacional.

Por outro lado, as empresas do setor de materiais básicos geralmente atuam com exportações também. Ou seja, são empresas que possuem atuação global. Isso representa uma oportunidade de diversificar riscos.

Novamente, temos uma série de segmentos que podem agrupar as empresas. Veja alguns exemplos:

  • Extração de madeira: Duratex.
  • Papel e celulose: Klabin e Suzano.
  • Mineração: CSN e Vale.
  • Petroquímica: Braskem e Unipar.
  • Siderurgia: Gerdau e Ferbasa.
  • Petrolífera: Petrobras e PetroRio.

Saúde

Para quem gosta de setores defensivos, o segmento de saúde representa uma ótima oportunidade. O motivo pode ser encontrado com uma pergunta: quem deixa de precisar de saúde? Pois é: ninguém.

Em outras palavras, é um setor protegido até mesmo contra crises. Por pior que seja o ambiente econômico, as pessoas vão continuar precisando de médicos, hospitais, exames e medicamentos. A nossa saúde, afinal, sempre será uma prioridade.

Entre as empresas do setor, podemos separá-las entre aquelas que oferecem medicamentos (Grupo Dimed, Raia Drogasil ou Hypera) e aquelas que oferecem serviços (Fleury, Hapvida ou OdontoPrev).

Transporte

Como adiantei lá no setor de bens industriais, prefiro usar os transportes em uma categoria separada para análise. Aqui, temos tanto empresas que produzem os meios de transporte — Embraer (aviões) e a Marcopolo (ônibus), por exemplo —, como companhias que se responsabilizam em executar o transporte de pessoas e mercadorias.

Neste segundo grupo, podemos dividir os negócios de acordo com a atividade em si. São quatro grupos:

  • Aéreo: reúne as companhias aéreas, como Azul ou Gol. Elas podem atuar com trajetos nacionais e internacionais. O grande problema do segmento é que o faturamento pode ser em reais, mas os custos são sempre em dólar. Essa não é uma relação saudável para o longo prazo, considerando a fragilidade da nossa moeda.
  • Ferroviário: o uso das ferrovias foi abandonado em boa parte do país, sobrecarregando as estradas. Ainda assim, elas mantém sua importância na logística brasileira. A grande empresa ferroviária é a Rumo. Se o setor fosse mais utilizado, poderíamos verificar uma melhora sensível com a redução dos caminhões no transporte de mercadorias.
  • Hídrico: embora seja menos conhecido pelo investidor, o uso de meios aquáticos (como rios) para transporte também é muito importante no Brasil. Um exemplo de companhia que se destaca no setor é a Hidrovias do Brasil.
  • Rodoviário: finalmente, o setor de transporte ainda pode atuar pelas tradicionais estradas. JSL e Tegma são as empresas mais conhecidas para a logística rodoviária.

Além da questão cambial, outro ponto de atenção para investir em empresas de transporte está no preço de combustível. Um aumento de custo do petróleo, por exemplo, afeta a rentabilidade das atividades de boa parte dessas empresas.

O aspecto positivo das atividades logísticas é que muitas delas são essenciais para a economia brasileira. Assim, mesmo em momentos de crise, o transporte de mercadorias e a produção de veículos seguem necessários.

Utilities

Finalmente, o nosso último setor é também o mais defensivo da Bolsa de Valores. Estou falando do segmento de utilidade pública, que reúne empresas que atendem necessidades básicas da nossa população. A lógica é a mesma da saúde: as pessoas sempre precisarão desses serviços.

Aqui, podemos mencionar três grandes grupos de companhias:

  • Energia elétrica: os serviços de energia se dividem em empresas de geração, transmissão e distribuição para que a luz chegue na casa das pessoas. Não faltam exemplos de companhias para investir. É o caso de Copel, Energias do Brasil, Cemig, Eletrobras, entre outras.
  • Gás: o gás é um serviço essencial para aquecimento de água ou funcionamento do fogão. A Comgas é a maior empresa do segmento na Bolsa de Valores.
  • Saneamento: ainda no grupo de utilidade pública, outro serviço prestado é de saneamento (como Sabesp e Sanepar).

Dentro do setor, o grande ponto positivo é a sua proteção. Como mencionei, é o segmento mais seguro da Bolsa de Valores. As ações de utilidade pública, aliás, geralmente representam empresas que pagam dividendos aos seus acionistas.

E em relação aos riscos? O que mais pode atrapalhar as companhias é o ambiente político. Como os serviços são essenciais para a população brasileira, o governo pode fazer algum tipo de intervenção. Outro ponto de atenção está sobre riscos climáticos. Um exemplo é a falta de chuvas para hidrelétricas.

Como investir em ações internacionais?

Ao longo da análise setorial, você deve ter percebido que mencionei algumas vezes a importância da diversificação global. O que acontece é que o Brasil é um país muito instável do ponto vista político e econômico. Portanto, em crises, o real tende a sofrer forte desvalorização frente ao dólar, que é o câmbio mais seguro global.

Sendo assim, como forma de proteção patrimonial, é recomendável que você invista em ações internacionais também. Isso pode ser feito via uma corretora internacional (a Avenue é uma das mais populares) ou por meio dos Brazilian Depositary Receipts (BDR).

Se você optar pelo BDR, trata-se de um certificado de depósito. Ou seja, são papéis que acompanham ações estrangeiras. Eles são negociados na nossa Bolsa de Valores em reais. Você irá localizá-los adicionando o 34 ao ticker. Exemplo: DISB34 é BDR da Disney, enquanto que BABA34 é o BDR da Alibaba e FBOK34 é o BDR do Facebook.

Como analisar ações na Bolsa de Valores?

Agora que você já conhece todo mercado de ações, como fazer para analisar as melhores empresas para investir? Existem, em suma, duas formas de avaliar os ativos da Bolsa de Valores. Vamos conhecê-los.

 

Análise Fundamentalista

A Análise Fundamentalista recebe esse nome porque ela é orientada pela avaliação dos fundamentos de uma empresa. Portanto, o foco é encontrar boas empresas, com indicadores positivos e que ofereçam uma perspectiva interessante para o futuro. O objetivo é verificar um potencial de crescimento para o longo prazo.

Ao usar da Análise Fundamentalista, o investidor também deve considerar diversos fatores econômicos. Veja alguns exemplos:

  • Análise setorial: o segmento deverá ter aumento de demanda no futuro? Quais as perspectivas para os próximos anos?
  • Indicadores econômicos: qual é a expectativa para as taxas de juros? Como deve se comportar a inflação? E a taxa de câmbio?
  • Riscos microeconômicos: como estará o mercado daqui alguns anos? Há concorrentes entrando no segmento? A empresa tem diferenciais competitivos?

O método é baseado na estratégia de Value Investing, uma técnica utilizada por alguns dos melhores investidores do mundo. Ela consiste em identificar o preço justo de uma companhia e investir em papéis que estejam descontados. Isto é, negociados abaixo do que deveriam.

Dessa forma, obtemos uma boa margem de segurança para o nosso investimento. No entanto, não basta que a empresa esteja barata. É preciso que as perguntas que vimos anteriormente ofereçam um cenário positivo para o negócio no longo prazo.

Análise Técnica

A outra abordagem analítica do mercado de ações é a Análise Técnica. Aqui, ao contrário do que vimos anteriormente, o foco está no comportamento do preço da ação no curto prazo. Estudar os gráficos de preço do ativo é o objetivo. Com base nisso, projetamos então os seus movimentos nos próximos dias.

Por trabalhar com variações mais curtas, quem usa da Análise Técnica também precisa ter muita disciplina para encerrar suas posições. A ganância (para aumentar lucros) e a torcida (para recuperar prejuízos) são dois grandes inimigos. E podem comprometer seriamente os resultados obtidos.

Quais são os principais indicadores fundamentalistas?

Há quem trabalhe com as duas abordagens juntas. Isto é, usa da Análise Fundamentalista para encontrar boas ações, mas foca sua entrada no mercado com base na Análise Técnica. Pessoalmente, recomendo que você foque nos investimentos de longo prazo. Essa é a estratégia de investidores milionários e continua produzindo ótimos resultados.

Se você quer se tornar esse tipo de investidor em ações, alguns indicadores podem ajudar. São métricas baseadas nos resultados financeiros das empresas e que permitem uma análise inicial de bons negócios para comprar na Bolsa de Valores. Na sequência, vamos conhecer as principais.

Para deixar a experiência mais prática, resolvi trazer comparativos reais de cinco empresas do segmento de energia elétrica:

  • Alupar (ALUP3)
  • Energias do Brasil (ENBR3)
  • Engie (EGIE3)
  • Equatorial (EQTL3)
  • Taesa (TAEE3)

 

Preço/Lucro (P/L)

Um indicador muito usado na Análise Fundamentalista é de Preço/Lucro, que consiste na divisão do preço da ação pelo lucro líquido que a empresa gerou. O resultado vai indicar o tempo, em anos, para recuperação do investimento com aquele determinado resultado.

Neste sentido, quanto menor, melhor. Isso significa, afinal, que a ação está barata. No entanto, é preciso cuidado porque o lucro do período analisado pode ter um efeito não recorrente. Portanto, fazer um acompanhamento histórico do indicador é o ideal.

Outro cuidado é comparar sempre companhias do mesmo segmento. Não faz nenhum sentido olhar para o Preço/Lucro de uma empresa do varejo e compará-la com um banco. Além disso, o múltiplo perde sentido se o resultado da empresa é negativo.

Como regra, evite um P/L acima de 20, pois há um excesso no preço. Da mesma forma, um P/L abaixo de 3 é excessivamente descontado. Pode esconder algum problema estrutural. Como referência, você pode usar até mesmo a Taxa Selic. Divida um pela taxa de juros vigente e veja o tempo de recuperação do investimento.

E como estava o indicador das nossas empresas? Veja você mesmo no gráfico abaixo:

preco lucro acoes como analisar

Pelos resultados gerados, portanto, Alupar (12,76) e Engie (12,32) estavam mais caras do que as demais ações. Em tese, indicaria que as demais empresas possuíam preços mais atrativo. No entanto, o P/L é usado sobre um resultado específico de apenas um trimestre. Não podemos tirar conclusões precipitadas.

EV/EBIT

O Preço/Lucro é extremamente popular entre investidores. No entanto, ele oferece duas limitações: a avaliação em resultados negativos e o fato de levar em consideração apenas um trimestre. Por isso, você pode optar por um múltiplo que tem função similar: o EV/EBIT.

EBIT é uma abreviação para Earnings Before Interest and Taxes. Em tradução livre, Lucro Antes de Impostos e Taxas. Ou seja, é o resultado operacional de uma empresa, ignorando os impactos financeiros (que, geralmente, é onde aparecem os resultados não recorrentes).

Já o EV é uma abreviação para Enterprise Value (Valor da Firma, em português). Ele representa o valor de mercado da companhia, somando sua dívida e excluindo valores em caixa. Ou seja, o EV/EBIT vai comparar a capacidade de geração de caixa sobre o valor de mercado da companhia.

A lógica aqui é de avaliar a expectativa de mercado sobre as ações. Veja como, neste indicador, a Engie continua “cara”. No entanto, a Alupar já parece ter o preço em linha com as demais companhias do setor. E aqui está a importância de excluir os efeitos financeiros do resultado de uma empresa na hora de analisar ações.

EV EBIT COMO ANALISAR

Preço/EBIT

Seguindo a mesma linha de raciocínio, você pode cruzar o preço da ação com a sua capacidade de gerar receita (EBIT). Novamente, vamos analisar se o preço de mercado da empresa está caro ou barato, mas focando no resultado operacional.

Reforço a importância do EBIT em relação ao lucro líquido. O resultado final de uma empresa pode somar questões contábeis, multas ou impostos. Ao olhar para o EBIT, vamos analisar apenas o que ela gera com a sua atividade em si. É apenas mais uma abordagem para avaliação do custo da ação.

Observe abaixo como já temos um cenário diferente. A Alupar, que parecia cara em um primeiro momento, negocia a apenas 3,34 vezes a sua geração de caixa. Talvez o negócio seja bem mais interessante do que parecia naquele momento. A Engie, por outro lado, segue acima dos seus pares, indicando que conta com o maior otimismo do mercado entre as cinco ações analisadas.

preço ebit como analisar

Dividend Yield

Saindo um pouco do foco de avaliar se uma ação está cara ou barata, o Dividend Yield (DY) oferece uma avaliação sobre o retorno percentual dos proventos da companhia. Isto é, a parcela do lucro que ela compartilha com seus acionistas.

Essa métrica faz mais sentido com empresas consolidadas. As companhias em crescimento tendem a reinvestir os lucros na sua operação, para manter ou até mesmo acelerar sua evolução. De um modo geral, quanto maior melhor.

No caso do nosso comparativo, usando de empresas de energia elétrica, é um indicador relevante. Observe como a Taesa novamente se destaca. Ou seja, a empresa já vinha com bons indicadores de preço e ainda se mostra uma excelente pagadora de dividendos.

A melhor forma de avaliar o DY de uma companhia é, além de olhar para os seus pares, confrontar com a Taxa Selic. É mais uma forma de avaliar o retorno do seu capital investido. Podemos dizer que a partir de 5,0% ao ano, uma empresa pode ser classificada como boa oportunidade para a estratégia de dividendos. No entanto, não tome isso como regra.

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Margem Líquida e Margem EBIT

Os indicadores de margem são responsáveis por monitorar a eficiência de uma empresa. Eles representam qual é a parcela de um resultado que ficou como lucro para a empresa.

A Margem Líquida, por exemplo, é encontrada dividindo o Lucro Líquido pela Receita Líquida. Ou seja, demonstra qual é o percentual da Receita Líquida que efetivamente sobrou para a empresa, após todas as deduções e pagamentos. Naturalmente, quanto maior, melhor.

Já a Margem EBIT tem um processo similar, mas divide o resultado operacional sem a aplicação de descontos financeiros (EBIT) pela Receita Líquida. Ou seja, avalia a eficiência operacional da companhia, identificando o que sobrou desse resultado após as despesas financeiras.

Vamos analisar os resultados das empresas de energia? Essas eram as respetivas margens EBIT e Líquida das cinco empresas:

Observe como há um excelente resultado para a Taesa. Ele conseguiu manter em caixa quase todo lucro operacional gerado. Isso significa que a casa R$100 do seu lucro operacional, R$89,71 ainda restaram no Lucro Líquido.

A Alupar, por usa vez, teve um grande impacto na Margem Líquida quando comparamos com a Margem EBIT. Valeria a pena olhar o que fez com que a margem ficasse tão apertada após as despesas financeiras. Indicadores, afinal, servem justamente para isso: indicar.

ROE

O ROE (Return on Equity) é um indicador de rentabilidade. Ele é encontrado dividindo o Lucro Líquido pelo Patrimônio Líquido (todo valor que a empresa possui investido somado aos ganhos e aos prejuízos obtidos).

Em outras palavras, revela a capacidade da empresa para rentabilizar o seu patrimônio e dos seus acionistas. As dicas de sempre seguem valendo. Ou seja, a análise sempre ser feita entre companhias do mesmo segmento e olhando para o seu histórico. Ademais, cuidado com resultados não recorrentes que possam influenciar o indicador.

Aqui, quanto maior, melhor. No entanto, é preciso estar atento a forma pela qual o ROE foi obtido. Se a rentabilidade é alta porque houve crescimento do endividamento, não necessariamente é algo positivo. Esse cenário pode prejudicar a saúde financeira da empresa.

Geralmente, podemos considerar resultados a partir de 10% como positivos. Veja que todas entregam resultados aceitáveis, embora Alupar e Energias do Brasil não acompanhem seus pares.

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Liquidez Corrente

Já que falamos sobre endividamento, vamos conversar então sobre um dos indicadores mais importantes da categoria: a Liquidez Corrente. Esse é o nome dado para uma análise entre o Ativo Circulante de uma empresa e o seu Passivo Circulante.

Caso esses nomes contábeis não sejam comuns para você, trata-se da relação do que a empresa possui de bens e direito versus a sua dívida de curto prazo (até um ano). Ou seja, representa a capacidade de pagamento dessas dívidas. O ideal é que a relação seja maior do que 1,0, mas preferencialmente 1,5.

Veja como apenas a Energias do Brasil parece um pouco mais endividada do que deveria. As demais mantém um patamar bem saudável entre os seus ativos e as suas dívidas de curto prazo.

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Como funciona o Imposto de Renda para investir em ações?

Para finalizar esse guia completo de como investir em ações, portanto, falta apenas falar sobre a tributação. E o funcionamento é bem simples.

Em relação aos lucros com ganho de capital (venda da ação), há uma isenção para a Pessoa Física que realizar vendas até o valor de R$20.000 no mês. Caso você realize um total de vendas acima desse valor, deve pagar 15% sobre o lucro obtido com a operação. No caso de Day Trade (compra e venda no mesmo dia), a alíquota do Imposto de Renda é de 20%.

Já sobre os proventos, você não precisa se preocupar. Os dividendos são isentos de tributação. Já os Juros Sobre Capital Próprio (JCP), outro formato que as empresas têm para compartilhar lucros, são tributáveis. No entanto, o recebimento do dinheiro já é líquido. Sua responsabilidade, portanto, será apenas declarar os valores no IRPF.

Ufa! Terminamos o nosso papo sobre investir em ações. Espero que eu tenha contribuído para você entender mais sobre os investimentos na Bolsa de Valores. E, caso queira aprender mais sobre investimentos, fica o convite para acessar o nosso curso gratuito Conexão Finanças. É só clicar no banner abaixo: