Toda atividade possui suas frases de efeito ou então suas verdades indiscutíveis. Geralmente, essas verdades não passam de mitos que, de tanto repetidos, tornam-se uma espécia de regra universal. No universo do trabalho freelancer, claro, não é diferente.

No entanto, será que tudo o que se fala da atividade do trabalho independente é realmente algo que acontece na prática? Pensando nisso, resolvemos buscar as principais teorias elaboradas em cima da nossa área e responder o que é mito ou verdade sobre a vida de freelancer.

Mitos e verdades sobre o trabalho freelancer

Vamos começar então a analisar alguns dos comentários mais comuns sobre o trabalho freelancer. O intuito é esclarecer como realmente funciona  a atuação independente, sem levar em consideração alguns clichês que se formaram ao longo do tempo.

Vale observar que essas não são verdades absolutas e pode ser que você discorde de algum apontamento feito por mim. Não há problema nisso, afinal cada pessoa tem a sua realidade e suas próprias sensações sobre cada evento da nossa rotina.

Mito #1: a vida de um freelancer é muito instável

Mito, embora tenha uma parcela de verdade. É fato que, por não ter uma carteira assinada e um trabalho fixo, o freelancer tende a sofrer com alguma oscilação de trabalho e, claro, de ganhos financeiros. No entanto, ainda que isso aconteça, tudo depende da forma com a qual você encara essa instabilidade financeira.

Da mesma maneira que você não tem a mesma previsibilidade de ganhos de um profissional com CLT, também torna-se possível obter rendimentos bem acima do que seria ao obter um salário fixo. Ou seja, tudo depende do nível de dedicação como profissional independente.

Além disso, existem mecanismos para reduzir um pouco essa volatilidade do seu salário. Um deles é criar um vínculo com o seu cliente, fazendo com que as solicitações sejam recorrentes. Desta forma, você consegue criar algo próximo de um salário fixo na medida em que todos os meses terá uma demanda quase certa.

Mito #2: freelancer só faz bico

Mito. É normal que muitos profissionais comecem a sua carreira independente de maneira informal, atendendo a demandas pontuais como forma de obter uma renda extra antes de se dedicar exclusivamente em uma atividade.

No entanto, essa noção de que o freelancer é alguém que faz bicos é negativa para a comunidade. Muitos profissionais independentes atuam exclusivamente desta maneira, inclusive obtendo formalização e criando a sua própria marca.

Mito #3: é difícil encontrar trabalho freelancer

Verdade, especialmente para quem ainda está começando. Quando estamos nos primeiros passos da carreira independente, é normal recorrer aos famosos workplaces (sites para encontrar trabalho freelancer). O problema é que essas plataformas oferecem alta concorrência e baixa remuneração, algo que desanima qualquer iniciante.

No entanto, conforme você se desenvolver na sua carreira, começará a criar a sua própria carteira de clientes, algo que irá se traduzir em maior facilidade de encontrar trabalho. Além disso, ao contrário do que se imagina, esses workplaces são apenas uma das maneiras para achar projetos. Os clientes estão por toda a parte e você tem diversos mecanismos para buscá-los como um portfólio, o LinkedIn ou até mesmo o popular “boca-a-boca”.

Mito #4: o freelancer é obrigado a trabalhar sozinho

Mito. É bem comum que os freelas resolvam trabalhar em casa, adotando o home office como alternativa para fugir do caos do trânsito urbano ou mesmo dos horários fixos que as empresas costumam exigir dos seus colaboradores. No entanto, isso não é regra: você pode perfeitamente trabalhar alocado em um escritório ou até mesmo usar de alternativas como o coworking.

Ademais, mesmo atuando de maneira individual, é bem provável que o seu trabalho se encaixe em uma cadeia de processos para o seu cliente. Assim, será bem provável ter que se relacionar com outros profissionais. É, aliás, importante ter uma boa comunicação para encontrar oportunidades, como vimos no mito anterior.

Mito #5: o freelancer tem maior liberdade para montar sua rotina

Verdade. Por ser um trabalho focado em projetos e demandas específicas, o profissional freelancer costuma ter sua remuneração atrelada às entregas — e não necessariamente ao tempo de trabalho que, quando utilizado, não costuma ser fixo.

Desta forma, podemos dizer sim que há maior liberdade no gerenciamento de uma rotina. Isso vale para a questão dos horários, mas em outros pontos também sobre em qual período do dia estarão suas atividades de lazer e trabalho ou até mesmo quais os projetos em que você deseja participar.

Tudo isso não é viável para o empregado convencional, pois ele fica mais exposto ao que a empresa determina. Portanto, se você ouvir alguém elogiando a liberdade de um profissional freelancer, isso tem sim seu lado verdadeiro. Contudo, não pode ser confundido com uma vida de férias, algo que se comprova no nosso próximo mito: o “ser seu próprio chefe”.

Mito #6: o freelancer é seu próprio chefe

Mito. E dos grandes. Você não pode confundir a liberdade de gerenciar a sua rotina e os seus horários com uma grande festa na vida pessoal. O freelancer, afinal, pode não ter um chefe direto, mas possui diversos clientes. E esses clientes, na prática, irão exigir e cobrar tanto quanto faz um chefe convencional.

Assim, ao contrário do que se imagina nos comentários populares, o freelancer não é seu próprio chefe ou faz o que quiser da vida. Isso pode se aplicar ao empreendedor dono de um negócio e, ainda assim, essa “chefia” traz o ônus de precisar se preocupar com tudo praticamente 24 horas por dia. O freelancer precisa, inclusive, gerenciar vários “mini chefes”.

O que alivia um pouco a cobrança vista do cargo de chefia é o fato de que você tem a liberdade de seguir trabalhando com um cliente ou não. Se você não gosta da maneira com que um dos seus clientes se comporta, o rompimento do vínculo é mais fácil do que em uma empresa, quando não há muito como escolher quem vai comandar o seu setor.

Mito #7: freelancer não tem férias

Verdade. As férias remuneradas são um dos benefícios oferecidos para os funcionários em atividade via carteira de trabalho (CLT). Ao optar por uma forma diferente de trabalho, você abre mão de uma série desses direitos.

Isso, contudo, não significa que você não precise se organizar para ter períodos de descanso. Trabalhar diretamente, sem qualquer momento de recuperação ou de lazer, não vai fazer bem para a sua saúde mental e muito menos para a sua produtividade.

A depender da sua atividade, por outro lado, torna-se possível viajar sem precisar das férias oficiais. Isso vai exigir algum horário de trabalho, mas as suas horas livres podem ser recheadas de passeios e descanso. Para desfrutar da vida, basta um pouco de organização.

Mito #8: freelancer trabalha pouco em relação ao empregado de uma empresa

Mito e verdade. Na realidade, a resposta depende diretamente de você. Sendo produtivo e capaz de organizar as suas demandas, é sim plenamente possível trabalhar menos do que as oito horas convencionais de uma jornada de trabalho padrão. Eu mesmo, na enorme maioria dos dias, não chego nem perto desse limite.

Ao mesmo tempo, seria leviano dizer que funciona assim para todo profissional freelancer. Muitos acabam cobrando muito pouco pelos seus serviços, sendo obrigados e lotar sua agenda com trabalhos diversos. Portanto, o tempo destinado ao trabalho depende de organização e produtividade.

A vantagem aqui é o mesmo que já mencionamos em outros tópicos: a liberdade. Quem trabalha de maneira tradicional, ainda que faça todas as suas entregas do dia, dificilmente pode ir embora mais cedo. E isso, sem dúvidas, pode ser um diferencial.

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