A transição de um empregado tradicional para a vida de freelancer é uma das decisões mais difíceis de tomar. É sobre isso que vamos falar no artigo de hoje: qual a hora do freelancer largar o emprego?

 

Por que é tão difícil tomar a decisão de largar o emprego?

O emprego tradicional é, em muitas vezes, um problema na vida das pessoas. É o trânsito, o chefe chato ou aquela tarefa insuportável que irrita toda vez que o despertador toca. Ainda assim, é muito raro ver pessoas se movendo para resolver essa situação.

Importante salientar que aqui nem estamos falando sobre ser freelancer. Convivi com muitos profissionais extremamente insatisfeitos em suas respectivas funções, mas que não tomavam qualquer ação diferente sobre isso — como procurar um novo emprego, por exemplo.

A verdade é que o ser humano busca o padrão e a comodidade. Gostemos ou não disso, são raras as pessoas que lidam bem com a mudança. Portanto, acredite, romper um padrão não é tão fácil quanto parece.

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A garantia financeira como barreira

Além de toda questão do padrão e aceitação social, não se pode ignorar o lado financeiro. É completamente diferente ter uma boa renda extra originada dos seus freelas de ter nela a sua única fonte de renda no mês.

Por mais que seja incômodo vez ou outra acordar cedo para ir trabalhar, a garantia do salário fixo ao final do mês é um grande tranquilizante. Um freelancer acaba encarando oscilações naturais ao longo do seu percurso. Não há como negar que esse é um fator importante na hora do freelancer largar o emprego.

Afinal, qual a hora do freelancer largar o emprego?

Não é por acaso que a hora do freelancer largar o emprego aparece como as principais dúvidas dos iniciantes da carreira independente. Não há uma fórmula mágica que decrete o momento ideal. Entretanto, você pode ter algumas referências na sua tomada de decisão.

Separei algumas situações que podem ajudar a encontrar o tempo certo de pedir demissão do emprego e buscar a vida de freelancer em definitivo.

Rendimento médio dos freelas

A primeira análise deve ser sobre o seu rendimento médio. Querendo ou não (e mesmo que você ame muito o seu trabalho), uma das principais funções de qualquer emprego é gerar renda para pagar as contas do mês. E isso não poder ser ignorado.

Por isso, a primeira coisa a se avaliar é o rendimento médio. E não basta um ou dois meses, afinal o “fator sorte” pode aparecer aí. Avalie os rendimentos de seis meses, um ano, talvez até mais. Essa análise permitirá que você entenda a sua média de ganhos e, assim, analisar se o seu faturamento projetado já é suficiente para se manter.

Disponibilidade para atuar nos jobs

O rendimento médio dos freelas de maneira isolada pode ser ruim caso você tenha pouco tempo para trabalhar nos seus jobs. Imagine alguém que só possa pegar freelas aos finais-de-semana. É pouco provável que a renda seja suficiente para garantir as contas do mês, certo?

Assim, é ideal comparar essa situação com o tempo disponível para atuar nos seus freelas. Vale lembrar, ser um freelancer significa ter disponibilidade total para os projetos e, assim, a capacidade produtiva aumentará em relação ao tempo que é dividido com um emprego formal.

A carteira de clientes

Outro ponto fundamental é a sua carteira de clientes construída. Os seus freelas são pontuais ou são projetos que aparecem com alguma frequência mês após mês? O segundo cenário é o ideal já que, de alguma forma, você terá um rendimento mensal — algo semelhante ao que seria em um emprego tradicional.

E a relevância de avaliar os seus clientes é pensar em projetos que possam apresentar recorrência, diminuindo a variância dos seus rendimentos. É sempre bom ter clientes fixos ao invés de ficar correndo atrás de novos projetos todo mês, certo? Pense nisso. 😉

Construção de um colchão financeiro

Já falamos algumas vezes sobre a importância de ter um colchão financeiro, mas nunca é demais reforçar. Antes de largar o seu emprego, construa uma reserva financeira suficiente para garantir as suas contas por algum período. Essa é, sem dúvidas, a melhor forma de lidar com a questão da oscilação de clientes e projetos, principalmente no começo.

Imagine que seus clientes “sumam” logo no primeiro mês após você decidir que é hora de largar o emprego. O susto não é tão grande para quem tem um colchão financeiro, já que a pressão pelos ganhos no curto prazo (pensando no mês vigente, por exemplo) é menor.

O tempo de colchão financeiro depende muito de você e dos seus gastos. A recomendação é de que ele seja suficiente para cobrir ao menos seis meses, ok?

Estruturação do freelancer como negócio

Por fim, já tenha certeza de estar levando a sua carreira como freelancer a sério. Isso inclui a criação de um portfólio, a organização de um espaço adequado para o trabalho (ainda que seja dentro de casa) e a formalização como empresa (afinal, para um cliente que seja pessoa jurídica, você precisará emitir nota fiscal).

Esses três fatores são básicos para quem leva a própria carreira a sério. Uma vez que tenha cumprido os itens e os fatores anteriores acenem positivamente, talvez seja sim a hora de pensar em largar o emprego e tentar um novo passo na sua carreira profissional.

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